quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

A porta no escuro


Mamãe sempre avisara para não entrar lá, dizia que coisas ruins poderiam acontecer, que você poderia nunca mais voltar - deixava claro. Foi então que Jane muito impaciente acordou no meio da noite e foi escondida até lá para ver o que havia realmente dentro daquela porta que estava trancada há anos, aliás, desde sempre pelo que Jane se lembrava. Revirou a casa inteira para achar a chave, então se lembrou que a mãe havia colocado-a numa gaveta na escrivaninha do escritório, ao qual só ela tinha acesso. Mas Jane não desistiu, foi escondida sem fazer barulho algum e pegou a chave. Jane voltou e abriu a porta, curiosa ela entrou e para sua surpresa não havia nada lá dentro, realmente fora inútil esse tempo de sono que perdera indo até lá, Jane não encontrou nada. Mas de repente a porta se fechou, Jane ficara no escuro, não enxergava nem o palmo de sua mão na frente de seu nariz. Tentou encontrar a porta, não achava, parecia até que não estava mais lá, havia sumido. Jane andou por horas tentando achar uma saída, estava cansada, com sede, com fome, mas nada encontrara naquele lugar, na verdade Jane só conseguia guiar-se porque não havia nada no caminho, caso contrário já teria caído, pois não enxergava completamente nada.

Jane acabou pegando no sono, cansada e com fome dormira ouvindo seu estômago roncar, dormira na esperança de que no dia seguinte a mãe aparecesse e a tirasse daquele terrível lugar. Nada. Jane não conseguia parar de pensar nas palavras da mãe, não conseguia parar de pensar em quão estúpida ela fora em ter ido para lá, em ter caído na tentação de descobrir o que havia lá dentro.

No dia seguinte a mãe acordara aflita procurando pela filha, olhou em todos os cômodos da casa, menos um. Ao chegar à porta vira a chave na fechadura e a porta entreaberta. Seu pesadelo virara realidade. Gritou por Jane várias vezes naquela escuridão, gritara tanto que até ficara sem voz, em meio às lágrimas, a mãe sentara em frente à porta chorando desesperadamente por sua filha. A morte levara mais uma inocente criança.

Nenhum comentário:

Postar um comentário