Horas se passaram desde o último choro e ela não encontrara nada. Estava quase pegando no sono quando se assustou com um grito. Ficou furiosa, já havia rodado a casa milhões de vezes e não achava nada. Estava literalmente sozinha. Foi andando furiosamente, gritando pra quem fosse que estivesse atormentando-a àquela hora da madrugada. “Chega! Chega! Estou aqui, o que você quer? Por favor, quero somente dormir. Estou exausta...” falava pra quem ouvisse.
Já não procurava por mais nada, estava tão cansada que quase caíra no chão. Foi então que parou subitamente em frente a um quarto, horrorizada com a imagem que via – ou ao menos parecia ver, pois lá não havia mais nada, somente um aterrorizante vazio. Eram lembranças, lembranças da sua infância; da sua vida. Lembranças de todas as tormentas que havia passado durante todos os seus vinte anos de vida. Lembranças de todas as suas felicidades, de todas as vezes que chorou abafadamente por causa do seu travesseiro. Lembranças que a atormentaram essa noite, lembranças que a atormentarão a vida inteira.
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